Em contatos com o entorno do presidente eleito da Argentina, Javier Milei, o governo brasileiro ouviu que há interesse em manter um projeto considerado estratégico pela gestão do peronista Alberto Fernández nos últimos anos: a obra do gasoduto que levará gás natural da megajazida de Vaca Muerta até Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.
Essa mensagem foi transmitida pela equipe de Milei, dias antes do segundo turno, em conversas com a embaixada do Brasil em Buenos Aires. Diplomatas falaram com Diana Mondino, apontada como favorita para assumir o Ministério das Relações Exteriores.
O gasoduto entre a jazida de Vaca Muerta, no oeste argentino, e a fronteira com o Rio Grande do Sul está em licitação pelo atual governo argentino. Se o cronograma for cumprido, existem chances de a obra ser concluída entre o fim de 2024 e o início de 2025.
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O empreendimento levaria para Uruguaiana praticamente a mesma quantidade de gás do que o Gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol), com preços mais baixos em relação aos praticados no mercado brasileiro. Da cidade gaúcha, o insumo energético poderia subir para São Paulo e abastecer a indústria da região Sudeste.
Fernández vinha pedindo financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os tubos de aço que serão usados nas obras civis.
O projeto é visto pelo atual governo argentino, bem como por muitos integrantes da diplomacia brasileira, como peça fundamental na integração energética entre os dois principais países do Mercosul.
