
Com a internet cada vez mais presente no cotidiano das crianças e adolescentes brasileiros, cresce também a preocupação com os riscos nesses ambientes. De forma semelhante ao que já acontece em algumas situações, como em entradas de cinema e programas de televisão, proibição de presença em bares, por exemplo, especialistas começam a cobrar medidas mais firmes para garantir que o mesmo tipo de proteção aconteça no mundo digital.
No centro desse debate está a chamada verificação etária, um mecanismo que impede o acesso de crianças e adolescentes a conteúdos considerados impróprios, como pornografia, drogas, álcool e até certas redes sociais. A discussão ganhou força após avanços em países europeus e da Oceania, que já implementaram tecnologias mais seguras e sofisticadas para controlar o acesso a conteúdos sensíveis com base na idade dos usuários.
Atualmente, no Brasil, o método mais comum de controle é a autodeclaração, ou seja, basta o usuário digitar sua idade, uma prática que, segundo especialistas, já deveria estar ultrapassada, por ser facilmente burlada. O problema é agravado pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostram que, em 2023, 84% das crianças entre 10 e 13 anos acessavam a internet. Entre os jovens de 14 a 19 anos, o índice sobe para quase 94%.